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Por Jonatan Silva

Como lidar com o bullying e suas consequências na era das redes sociais? Essa é a pergunta que norteia o longa-metragem Ferrugem, vencedor do prêmio de Melhor no Festival de Gramado deste ano. O filme, dirigido por Aly Muritiba e escrito em parceria com Jessica Candal, teve algumas de suas cenas gravadas no Colégio Medianeira, que recebeu a dupla de roteiristas para conversar com as turmas das 2ª séries do Ensino Médio como parte da programação da Festa das Linguagens do Medianeira (FLIM) deste ano.

Muritiba – que já foi professor de História e agente carcerário – fez seu primeiro filme perto dos 30 anos. De lá para cá, se constituiu como um dos nomes mais importantes do cinema brasileiro atual. Seu longa anterior, Para a minha amada morta, e seus curta-metragens ajudaram a projetar seu nome dentro e fora do Brasil. “Eu sempre assistia filmes, mas não pensava em como era produzido”, comenta, após ser perguntado sobre o processo de criação cinematográfica.

Antes do bate-papo, os estudantes assistiram ao Ferrugem, que narra a história de Tati, uma adolescente que tem vídeo íntimo vazado na internet e as consequências da superexposição do sujeito – abordando as relações entre o digital e o analógico, e as personalidades real e virtual. “Na minha juventude”, relembra Aly, “eu não passei por essa experiência digital. Quando algum fato desagradável surgia não tinha o alcance que tem hoje”.

Para Jessica, um dos grandes problemas de nossos tempos é justamente a forma como os jovens lidam com a própria imagem e a do outro. “A gente precisa pensar sobre como usar a câmera para refletir e não destruir vidas”, argumenta. Segundo Candal, que começará a filmar seu primeiro longa, Horizonte, em 2019, a linguagem cinematográfica deve ser usada para aproximar as pessoas.

Ao longo de toda a conversa, os estudantes puderam perguntar e dialogar com os realizadores. Os estudantes da Oficina de Cinema e Fotografia partilharam com Aly e Jessica um pouco de suas experiências como pequenos cineastas.