Mas que bobagem, as rosas não falam…
[fusion_builder_container hundred_percent=”yes” overflow=”visible”][fusion_builder_row][fusion_builder_column type=”1_1″ background_position=”left top” background_color=”” border_size=”” border_color=”” border_style=”solid” spacing=”yes” background_image=”” background_repeat=”no-repeat” padding=”” margin_top=”0px” margin_bottom=”0px” class=”” id=”” animation_type=”” animation_speed=”0.3″ animation_direction=”left” hide_on_mobile=”no” center_content=”no” min_height=”none”] O grande compositor e sambista Cartola
As formas de Deus são muitas Uma velha mastiga e vomita e tosse no ônibus linha praia|cidade À sua frente, o casal de portenhos se afasta São jovens e exercitam hábitos correspondentes à imaginação que alimentam Cores, texturas, sons Ao longe, a velha por certo seria enquadrada em um retrato Composição a ser exibida em exposições itinerantes, observada por olhares contemplativos e compenetrados que a tirariam por símile perfeito para compreensão da simplicidade do viver natural Não ali, no banco de trás do ônibus, prestes a lançar um jorro quente de vômito às costas dos dois Quem olha, sente piedade dos jovens e agradece ao acaso lhe haver premiado um outro acento, em que pudesse só assistir à cena O que teria vindo fazer fora do lugar em que existe? A velha louca, a velha estranha, a velha obscena Violenta com o filho adulto que a repreende: Mamãe, pare de comer; a senhora… Ah, vá se catar! Ela grita Está sofrendo Sofre-se muito ao lado dos que nos conhecem bem Daqueles que sabem o quanto é difícil mudar para melhor Desenvolver um modo de ser mais civilizado?? É preciso viajar muito, viajar sempre Acessar outros modos de ser no mundo Saber que atrás da casa há um belíssimo jardim cultivado por aquelas mãos grossas e estúpidas E compreender que as rosas não interrogam ninguém
Assionara Souza[/fusion_builder_column][/fusion_builder_row][/fusion_builder_container]
