20.10.16

Rudi Rabuske: andando junto

Há 44 anos no Medianeira, o educador faz parte da história do Colégio.

[fusion_builder_container hundred_percent=”yes” overflow=”visible”][fusion_builder_row][fusion_builder_column type=”1_1″ background_position=”left top” background_color=”” border_size=”” border_color=”” border_style=”solid” spacing=”yes” background_image=”” background_repeat=”no-repeat” padding=”” margin_top=”0px” margin_bottom=”0px” class=”” id=”” animation_type=”” animation_speed=”0.3″ animation_direction=”left” hide_on_mobile=”no” center_content=”no” min_height=”none”] O professor Rudi com os alunos no Centro de Educação Ambiental (CEA) do Colégio. Foto: Paulinha Kozlowski.

Texto e entrevista por Jonatan Silva

Quando o educador Rudi Rabuske chegou ao Colégio Medianeira não imaginava que os dois ou três anos de estágio obrigatório se transformariam em mais de quatro décadas de um trabalho pautado pelo amor à educação e ao próximo. Atualmente no Serviço de Orientação e Convivência Escolar (SOCE) dos 8º e 9º anos, Rudi faz parte da história do Medianeira e é um dos educadores que idealizaram as Olimpíadas.

Leia abaixo o bate-papo completo com o educador.

Para começar, Rudi, gostaria que você comentasse sobre a sua trajetória no Colégio.
Eu cheguei no Colégio Medianeira em 1972. Eu fui estudante jesuíta e fazia parte da formação um período de estágio, que era como um magistério. Fui dirigido aqui para Curitiba para esse estágio que deveria durar dois ou três anos. O diretor na época era o P. Paulo, falecido recentemente.

Lembro que cheguei num sábado e entrei em sala de aula na segunda-feira. Comecei como professor de Filosofia na 2ª série do Ensino Médio, que na época ainda era Científico. E, além de ser professor de Filosofia, eu fui professor de Ensino Religioso no 7º ano. O P. Paulo me colocou também como coordenador do transporte escolar.

Tinha também uma outra atividade que não era aqui na escola. Na época, havia aqui em Curitiba a Feira Intercolegial do Livro, que foi fundada pelo P. Afonso Santa Cruz. Eu fui trabalhar para a preparação da feira, preparar os alunos, no sentido de treinamento. Esse foi, mais ou menos, um primeiro leque de coisas que eu assumi. No primeiro ano, aos poucos, eu fui também auxiliar do grêmio estudantil.

No final do primeiro semestre houve o deslocamento do P. Dionysio, que está agora em São Leopoldo, para a Terceira Provação e vagou a coordenação do antigo Científico. Aí, o P.  Lorenzato chegou para mim e disse: “nós precisamos de você no Científico”. Isso foi uma grande surpresa, porque eu não tinha experiência, estava bastante cru ainda. Acho que foi um período de muito estudo e, ao mesmo tempo, houve uma grande unidade entre os jesuítas que estavam trabalhando no Colégio. Foi um ano bastante proveitoso.

Naquele ano mesmo nós começamos com as Olímpiadas do Medianeira. Nós começamos por meio do grêmio e fizemos, a título de um primeiro experimento, os jogos em um sábado. Teve uma aceitação muito grande e fizemos a Primeira Olimpíada em setembro, em dois ou três dias.

A Olimpíada foi uma construção coletiva?
É claro, sempre tem alguém que dá o pulo, como se diz, mas foi uma coisa construída coletivamente. Uma das coisas que eu, na minha vida de estudante, gostava muito eram os esportes. Eu estudei no Colégio Catarinense e lá tinha olimpíada. Essa foi uma coisa que me marcou muito.

Eu comecei a mexer [/fusion_builder_column][fusion_builder_column type=”1_1″ background_position=”left top” background_color=”” border_size=”” border_color=”” border_style=”solid” spacing=”yes” background_image=”” background_repeat=”no-repeat” padding=”” margin_top=”0px” margin_bottom=”0px” class=”” id=”” animation_type=”” animation_speed=”0.3″ animation_direction=”left” hide_on_mobile=”no” center_content=”no” min_height=”none”][com as Olimpíadas], mas aí a organização foi acontecendo. O grêmio estava envolvido, os professores de educação física ajudaram e se tornou uma coisa bem coletiva. Nós começamos setorialmente com o que eram as 7ª e 8ª séries [hoje, 8º e 9º anos] e o Ensino Médio. Alguns jogos eram à noite, já tínhamos as quadras iluminadas. Foi muito bacana. Começou ali e foi embora.

Você assumiu também a direção do Colégio, correto?
Eu fiquei no Ensino Médio de 1972 a 1980, como coordenador e professor de Filosofia. Toda a equipe trabalhava em sala de aula. Tinha a função de coordenação, de orientação educacional e orientação religiosa, mas todo mundo dava aula. Em 1979 faleceu o P. Habbib, que era secretário e professor de literatura, que fazia toda a escrituração da escola. Quem assumiu a secretaria foi o professor Werner, que na época era o vice-diretor.

O P. Raimundo, era o diretor do Colégio, me convidou então para a vice-direção. Isso foi em 1980. Eu fiquei até 2001, eu acho.

Qual o momento mais marcante dentro Medianeira você destacaria?
O que eu posso dizer? Eu sou um cara que está vivendo aqui na instituição há 44 anos e convivi durante todo esse tempo com muito mais alegrias do que tristezas. Claro, sempre com altos e baixos, mas de maneira geral eu posso dizer que existe uma satisfação e, ao mesmo tempo, um sentimento de realização. Foi um período muito formador como pessoa.

Todo o contato com esse mundo de aluno, que é um espetáculo à parte, a convivência com os pais, o ambiente, o clima da escola, tudo isso eu acho muito importante.

Uma das coisas boas foi que conheci a minha mulher aqui no Colégio e casei aqui também. Acho que essa questão da identidade da escola jesuíta é muito importante. A grande preocupação com o cuidado pessoal, a questão do magis. Sempre buscar o mais e o melhor. Essas são colunas muito importantes. Durante todo esse tempo teve muita gente que me marcou. Teve o P. Paulo, um dos grandes dinamizadores do Fé e Alegria, com o P. Raimundo. o P. Habbib, o P. Bruno – o [Morro do] Bruninho é uma homenagem a ele –, o P. José Lorenzato.

Acho que as vivências e as convivências foram fazendo com que a gente fosse sempre animado pela missão, pelo trabalho. Eu tenho muita gratidão pelo Medianeira, eu sou a pessoa que eu sou graças ao Colégio.

Você tem uma relação muito bacana com os alunos, com os sempre-alunos. O que eles te ensinaram?
É tanta coisa que é difícil até de especificar. Eu acho que uma das coisas que é muito bacana é a relação com eles, não com pares, mas a relação com eles, em demonstrar preocupação, cuidado. Acho que uma qualidade que eu tenho é a de andar junto, nas coisas boas e também nas dificuldades – tanto das questões socioemocionais como da cognitiva.

Muitas vezes tem que chegar junto e dar um impacto. Você tem que chegar e não tem meio termo. Muitos alunos, sempre-alunos, têm um carinho muito grande porque sabiam que na hora que tinha que passar a mão na cabeça, passava a mão na cabeça, mas na hora de ser mais duro, eu era mais duro.

Você ajudou a formar muita gente bacana em Curitiba. Você consegue ver esse legado pela cidade?
Nesse sentido é até um pouco difícil. Claro, acho que tenho influenciado bastante gente, mas é difícil fazer uma avaliação. Temos sempre-alunos que são cidadãos muito honrados e muito estimados e, ao mesmo tempo, que estão dentro de uma sociedade que busca uma cidade mais justa, mais fraterna.

Qual a missão do educador hoje em dia?
A missão do educador é bastante ampla, mas eu digo que é formar pessoas nas dimensões cognitiva, corporal, afetiva, espiritual, ética, estética e sociopolítica. É formar sujeitos competentes, conscientes, compassivos e comprometidos e que estejam imbuídos em um ideal de poder proporcionar uma sociedade mais justa, mais fraterna e solidária. E que o bem comum prevaleça sobre o individual.

Por exemplo, a escola deveria ser um bem comum. Todo mundo deveria ter acesso à educação. Outro bem comum: a saúde e a água. Todo mundo deveria ter acesso à água potável.

Em 2006 você esteve entre os premiados por conta do projeto Fé e Alegria. Qual é o seu papel no projeto?
Eu fui coordenador durante um tempo, mas não sei especificar quando. Foi entre 1979 e 1983. Esse foi um núcleo que a gente tinha aqui e que possuía alguns locais onde existiam atividades específicas de educação popular. Se não me engano, em Curitiba ficou concentrado no Parolin.

E a história do dia em que colocaram um tronco de árvore na sua sala? Como foi?
Isso foi coisa da turma do Chicão e companhia limitada. O P. Raimundo um dia foi para Manaus fazer um trabalho e eu li por aí que tinha uma lâmpada que fornecia uma luminosidade tal para as plantas ornamentais.

Aqui tinha uma casa, que era para ser uma vila dos professores, e eu morei nela por cinco anos, e no segundo piso era muito escuro, as plantas não se desenvolviam. Eu disse [ao P. Raimundo]: “se você achar essa lâmpada você compra”. Os caras ficaram sabendo disso. Tinha o Chicão, o meu cunhado, o Pedrão, que também era professor de Educação Física, o William. Um dia chegaram lá e colocaram um galho para enfeitar a sala. Essas são as brincadeiras.

Você poderia indicar um disco, um livro e um filme?
– Livro: Tornar-se pessoa, de Carl Rogers

– Disco: Secos & molhados

Filme: Ben-hur (1959), de William Wyler

Leia aqui o perfil de outros educadores.[/fusion_builder_column][/fusion_builder_row][/fusion_builder_container]

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