As mulheres são imagens de Jesus no mundo
Confira as reflexões do Padre Agnaldo Barbosa Duarte, S.J., sobre o papel das mulheres na vida de Jesus
Estamos no mês de março, mês em que celebramos o Dia Internacional das Mulheres, bem como suas lutas e suas conquistas diárias. Por isso, devemos lembrar e render graças a Deus por todas as mulheres que fazem ou fizeram parte de nossas vidas. Dessa maneira, faz muito sentido, no mês em que estamos falando das “mulheres medianeiríssimas”, a reflexão sobre o papel das mulheres na vida de Jesus e posteriormente na vida da Igreja e na Sociedade. Nesta última semana de março, mês dedicado às mulheres, celebramos a Semana Santa e nela fazemos memória ao maior ato de amor de Deus pela humanidade, a Paixão, Morte e Ressurreição do seu filho Jesus Cristo.
Esta semana merece ser vivida em clima de muita sensibilidade, contemplação, cuidado e acolhida. Jesus acolheu a todas as pessoas e, de modo especial, as mulheres, quebrando protocolos e muitos tabus que pesavam sobre elas no seu tempo. Em sua vida pública, manteve profunda amizade com as mulheres, conversa publicamente e a sós com todas que lhe procuravam pedindo uma cura, um conselho. Isso causou, muitas vezes, perplexidade e desconfiança até mesmo dos seus discípulos.
Jesus não carrega nenhum tipo de preconceito pelas mulheres, os evangelhos estão cheios de ações a favor delas. Deixa-se tocar e ungir os pés por Madalena (Lc. 7:36), cura a mulher que o toca em meio à multidão e que sofria há anos de um fluxo de sangue (Mt. 9:20). Em suas parábolas aparecem muitas mulheres e há sempre um sentido de preocupação e cuidado em salvaguardar a sua dignidade.
Na primeira Semana Santa as mulheres foram corajosas até o final, não abandonaram Jesus na hora extrema de sua vida, enquanto todos fugiam, negavam, abandonavam, elas permaneciam firmes. Maria Madalena; Verônica; Maria, a mãe de Jesus e outras muitas mulheres são exemplos de pessoas que demostraram grande coragem, determinação e fidelidade na hora da Paixão e morte de cruz. Também foram, as mulheres, as primeiras a fazerem a experiência do ressuscitado e as encarregadas de anunciar a ressurreição aos discípulos.
Ressurreição
Na madrugada, no primeiro dia da semana, uma mulher vai ao tumulo
levada por uma grande tristeza, transformada em uma teimosa esperança
A mulher é solidária na dor, carrega nas entranhas todo o seu amor
Vai com os seus medos, mas a fé a faz permanecer de pé
Na entrada do tumulo, a pedra está removida, ali nenhuma marca das feridas
De repente uma pergunta a provoca: por que choras tanto, mulher?
Em meio à fé que vacila, ao coração que palpita
não se consola, apenas olha e sente
A resposta que não responde, parece que se esconde
e continua a procurar e a buscar a mesma coisa que fazem tantas mulheres no mundo
Levaram o meu Senhor, não sei onde Ele está, o que será? Onde estará?
Ainda no silêncio da resposta
Uma luz se acendeu, SOU Eu!
O Senhor lhe apareceu e a chamou pelo nome: Maria, Maria, Maria…
Ao ouvir o declamar do seu nome, sentiu novamente a ternura de que sempre a amou
O mistério revelou: Mulher amada
O sinal que faltava para abrir seus olhos
Jesus ressuscitou!
O meu Senhor está vivo, posso crer no amanhã
E isso é suficiente para trazer alegria ao coração de tantas mulheres (sonhar)
Agora é preciso continuar!
Vá dizer aos seus que o Cristo ressuscitou.
Há esperança para todos
O amor que amou voltou!
Pe. Agnaldo Barbosa Duarte, S.J.
Coordenador do Centro de Formação Cristã e Pastoral