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A ambientação virtual e o aprendizado coletivo diário como forma de adaptação durante a quarentena

Manter o ritmo das atividades escolares com o auxílio das ferramentas tecnológicas disponíveis enriquece o período de quarentena por meio do aprendizado remoto.

20/04/2020 Notícias| Educação, Aprendizagem, Estudo virtual

O cenário de isolamento social condiciona a prática educativa à individualidade das casas de nossos estudantes e educadores. A tecnologia, por sua vez, detém a fama de facilitadora de processos que, à primeira vista, podem parecer inviáveis. Conectar pessoas que estão a quilômetros de distância pela telinha do celular, por exemplo, já é mais que uma realidade cotidiana. E o uso dessas ferramentas eletrônicas traz efeitos significativos no aprendizado a distância.

As mudanças provocadas pela pandemia de Covid-19, apontando para medidas de prevenção com relação ao contato social, reconfiguram nossa prática diária. Mais do que o cuidado com os demais, seguindo as Normativas Estaduais e Municipais para os setores Público e Privado da Educação, o Colégio Medianeira adota, como pilar de enfrentamento ao atual estado de emergência, a comunicação aberta com pais/responsáveis, estudantes e educadores, buscando a organização coletiva para continuidade das tarefas escolares.

Atendendo às recomendações do Ministério da Saúde e das Secretarias Estadual e Municipal de Saúde, nossas atividades presenciais estão suspensas desde o dia 20 de março de 2020. Como Colégio Católico e Jesuíta, a Direção reforça o compromisso no que diz respeito à preservação da vida. Mais que em qualquer tempo, neste momento histórico, a colaboração se faz fundamental.

Visamos a excelência e a formação de pessoas conscientes, competentes, compassivas e comprometidas. Mesmo com o início da quarentena, em 20 de março de 2020, nosso ritmo de aprendizado esteve mantido, com diferentes formas de interação sendo propostas via Plataforma Moodle. Mas a simples transposição ao digital não produz o efeito completo sobre o tipo de trabalho educacional o qual objetivamos. Logo, a partir da deliberação do Conselho Estadual de Educação, que permite o regime especial de atividades não presenciais, adotamos essa modalidade de ensino, validando o conjunto de dias letivos entre 13 e 30 de abril de 2020.

Portanto, conforme nosso Diretor Acadêmico Fernando Guidini, a readequação de nossa estrutura organizacional promove a qualificação da Plataforma Moodle (com suporte da ferramenta Microsoft TEAMS, que possibilita interações on-line e off-line); a estruturação de uma nova proposta pedagógica (com validação das atividades não presenciais e formação do grupo de educadores); e a execução propriamente dita (com aulas virtuais gravadas ou em tempo real).

Disponibilizando materiais que atendem às especificações segundo as faixas etárias, contemplamos desde a Educação Infantil (sem validação das atividades não presenciais), passando pelos Ensinos Fundamental I e II, até o Ensino Médio. Nossos Orientadores de Aprendizagem realizam uma espécie de curadoria das atividades, atentos a detalhes próprios do dia a dia escolar que, agora, é mediado a distância. Conscientes do significado deste passo, bem como de seu impacto frente ao cotidiano de estudos das nossas crianças, adolescentes e jovens, buscamos a parceria junto às famílias e aos estudantes, para caminharmos da forma mais segura possível, aprendendo com essas novas formas de interação e protagonismo nas aprendizagens, completa Guidini.

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Antes, juntos em sala de aula; agora, mais unidos ainda, mas cada um em sua casa

Um Colégio, um corredor, uma sala, alguns estudantes e um educador. Esta é a receita mais simplesinha pra se configurar uma aula, seja da Educação Infantil, Ensino Fundamental ou Médio. Toca o sinal… e cada um se organiza na sua carteira. Os conteúdos e atividades vão sendo expostos, transmitidos aos pequenos e aos grandes também. No final de cada encontro, novas aprendizagens. Mas… e agora?

Condicionados ao isolamento voluntário, nossos estudantes e educadores estão em casa. Trabalho e estudos, a partir do surgimento do Coronavírus, ganham novo formato. Praticidade e conforto amenizam a situação. Entretanto, as circunstâncias exigem adaptações de todos os lados. Como construir uma rotina saudável? Em que momentos estudar? Que tipo de conteúdo preparar? A linguagem é a mesma da aula presencial? Esses questionamentos passam pela cabeça de cada um de nós, assim que nos vemos obrigados a modificar nossa forma de agir. A atuação, tanto dos educadores quanto dos estudantes, é reestruturada, cabendo a todos adaptar-se e buscar a melhor forma de convivência neste novo cenário que se apresenta a nossa frente: o universo virtual.

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O cenário digital já se configurava como uma realidade na rotina de nossos estudantes. Para Ana Kishino, mãe dos estudantes Felipe Mendes Kishino, do 1ºD, e Rafaela Mendes Kishino, do Infantil 3B, o momento promove uma experiência nova. As aulas on-line chamam a atenção dos pequenos quando propõem uma prática divertida. Ela alerta que o dia a dia em casa pode trazer distrações. “A realidade é que neste momento a turma do Felipe está em aula e ele não quis, pediu pra brincar e depois vamos ver a aula gravada”, lamenta. Entretanto, a mãe completa: “juntos, vamos nos adaptando”.

Já Mario Borges, pai da estudante Maria Vitória, do 5º ano G, destaca a novidade com relação ao período atual, apontando para a importância da adaptação. O pai alerta que, nesta primeira semana de concretização da proposta de educação não presencial, houve alguns momentos de instabilidade no sistema, mas, de forma geral, conseguiu auxiliar sua filha no desenvolvimento integral das tarefas e interações que estavam no cronograma. Borges frisa que, embora saiba das dificuldades para os professores se adequarem a essa nova forma de educar, destacando que o tempo para preparação de uma aula não presencial é maior que a preparação de uma aula em sala, a expectativa é de um ajustamento gradativo, com maior tempo de interações e uso de outras ferramentas pedagógicas, caso o estado de isolamento perdure por um tempo maior.

“A adaptação a um novo ambiente de aprendizagem é o grande desafio”, aponta o Coordenador Marcelo Pastre. O que está ocorrendo, segundo ele, é uma mudança do ambiente físico, no qual havia uma estrutura já sedimentada de ações e procedimentos, para um ambiente imprevisível, passível de uma instabilidade ainda não identificada, justamente pela novidade com relação ao virtual. E neste momento de adaptação em prol de um novo tipo de trabalho conjunto, Pastre reitera o constantemente processo formativo e de aprendizado de nossos educadores na relação com as novas ferramentas, garantindo, tanto o aumento da diversidade metodológica, quanto o desenvolvimento dos estudantes na constituição da autonomia e interação no que diz respeito a novas formas de estudo. Portanto, “ainda que com limitações, [o virtual] possibilita a continuidade do trabalho educativo, principalmente com a interação dos alunos com os educadores e os conteúdos programáticos”, destaca o coordenador.

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