03.10.10

Devidamente representados

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'Tommaso Campanella'

Tommaso Campanella foi um importante poeta, teólogo, astrólogo e filósofo renascentista do século XVII. Em 1623, após 27 anos de cárcere, pela inquisição, publicou sua obra mais importante: “A Cidade do Sol”. Baseado nos escritos de Platão, mais propriamente em “A República”, idealiza uma sociedade utópica, governada por sábios, regida pela fraternidade, igualdade, harmonia e ordem.

Campanella apresenta, no início de sua descrição do sistema educacional, a relação entre os professores, educandos e o conhecimento: “Há professores que explicam essas gravuras, habituando as crianças com menos de dez anos a aprender sem fadiga, como uma espécie de divertimento, todas as ciências, mas tudo pelo método histórico (…).”

Mais além, sobre a estrutura política, apresenta o “Amor” como um dos ministérios do governo dos sábios: “Ao seu governo está submetida a educação das crianças, a arte da farmácia, como também a semeadura e a colheita dos cereais e das frutas, a agricultura, a pecuária e a preparação das mesas e dos alimentos. Em suma, o Amor regula tudo quanto se refere à alimentação, ao vestuário e à geração, como também dirige os numerosos mestres e mestras incumbidos desses misteres.”

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Tiririca, candidato a deputado federal eleito em São Paulo

Sobre o modo de produção e de trabalho, Campanella destaca que sua sociedade “não tem o sórdido costume de possuir servos. (…). Nápoles tem uma população de setenta mil pessoas, mas só quinze mil trabalham e são logo aniquiladas pelo excesso de fadiga. As restantes estão arruinadas pelo ócio, pela preguiça, pela avareza, pela enfermidade, pela lascívia, pela usura, etc.(…). Na cidade do Sol, ao contrário, havendo igual distribuição dos misteres, das artes, dos empregos, das fadigas, cada indivíduo não trabalha mais de quatro horas por dia, consagrando o restante ao estudo, à literatura, às discussões científicas, ao escrever, à conversação, aos passeios, em suma, a toda a sorte de exercícios agradáveis e úteis ao corpo e mente.”

É frequente idealizarmos – especialmente nós, educadores – essas sociedades utópicas. Costumamos estabelecer regras e normas, pensamos em toda a dinâmica social, cultural, no modo de produção e de trabalho, na estrutura política, educacional, no transporte e na saúde. É um reflexo, uma fuga desesperada da realidade em que vivemos e que nos decepciona, que não queremos. Nesses momentos de eleição então, vivemos o ápice dessas elucubrações. Sentamos com os amigos e colegas e resolvemos o problema de nossa cidade, do país, do mundo. Temos solução para tudo: “Ahhh, se eu fosse o presidente…”, pensamos.

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Romário, candidato a deputado federal eleito no Rio de Janeiro

Nas últimas semanas, as eleições agitaram o cenário político do Brasil. Não somente as candidaturas de figurinhas carimbadas de outros álbuns, como Tiririca e Netinho, em São Paulo, e Romário, no Rio de Janeiro, acenderam os ânimos nas rodas de discussões até mesmo por aqui, na gélida Curitiba. Não as vejo de outra maneira: representam com fidelidade nossas características sócio-culturais. Somos, por nós mesmos, rotulados como o país do jeitinho, do samba e pagode e do futebol. Somos o país de milhões de Tiriricas, milhões de Netinhos e milhões de Romários. Nada mais justo, estamos devidamente representados.

Se realmente queremos mudar este cenário político, temos que nos atentar às questões de fundo de nosso país: uma profunda reformulação no sistema educacional e de saúde, na legislação trabalhista, nos planos e programas de assistência social, a garantia dos direitos básicos, como a habitação e posse de terra, etc, etc, etc. Este é o ideal, fácil assim, como se vê em qualquer plano de governo (quando existe). Agora, o que fazer para pô-lo em prática? Eis uma outra questão…

Guilherme Dal Moro[/fusion_builder_column][/fusion_builder_row][/fusion_builder_container]

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