30.07.19

Kleber Klos: sinergia para uma formação integral

Há 15 anos no Colégio Medianeira, o educador acredita que a formação integral dos estudantes tem base principal na dimensão sócio emocional do sujeito

Simples, conciso e direto: o trabalho é muito melhor quando é feito com amor. E, com o perdão do clichê, transparecendo a paixão calorosa por aquilo que faz diariamente, ele tem, em si, o desejo de “continuar sendo feliz”.

Atuando no Colégio Medianeira há 15 anos, o educador Kleber Klos dedica sua vida à formação integral de sujeitos competentes em todas as dimensões que regem a proposta pedagógica da instituição.

Conheça melhor a trajetória desse professor na entrevista abaixo:

Quais foram os principais motivos para você escolher fazer Educação Física?

Eu sempre gostei muito de futebol. E sempre gostei muito de praticar esportes, mas o futebol realmente sempre foi minha paixão. Eu fui atleta desde pequenininho, nas categorias mamadeira, infantil… joguei muito futsal, joguei futebol de campo e cheguei até a disputar ligas profissionais de futsal. E essa paixão pelo futebol me levou a fazer Educação Física porque eu queria trabalhar com isso. E, no início da faculdade, meu foco todo foi voltado a isso.

Então, eu fui convidado para trabalhar em escolinhas de futsal, trabalhei como preparador físico, como técnico de futebol de futsal, sempre nessa linha. Meu primeiro ano foi muito em cima disso, porque era o que eu queria. Mas, com o passar do tempo, eu comecei a me encantar com outras coisas dentro da faculdade. Não que eu tenha desencantado do futebol porque é uma paixão até hoje, mas comecei a descobrir outros campos que o curso de Educação Física possibilita. Então eu comecei a trabalhar com crianças, no âmbito de lazer e recreação.

Trabalhei muito com isso e, depois, a partir do segundo ano abri até uma empresa de lazer, junto com outros colegas, e a gente prestava serviços de lazer e recreação em vários lugares. Também trabalhei em instituições de lazer e recreação, atuando sempre principalmente com crianças. E, com essas experiências, fui me encantando cada vez mais com esse trabalho. Me apaixonei por brincar com as crianças e por proporcionar momentos lúdicos com elas.

No final da faculdade, recebi um convite para trabalhar em um colégio e comecei a dar aula de Educação Física para a Educação Infantil e adorei! Me encantei com esse trabalho na reta final da faculdade. E mesmo parecendo batida essa frase, percebi que quando fazemos por gosto, por amor, a gente começa a fazer muito melhor nosso trabalho. E aí foram surgindo mais oportunidades de ampliar a carga horária na escola.

Chegou um momento em que eu larguei tudo só pra trabalhar com a escola. E eu fiquei como coordenador de Educação Física do Infantil ao Ensino Médio, trabalhava com todas as faixas etárias, tocava alguns projetos na escola… e estava fazendo a especialização em Educação Física Escolar e conheci, dentro da pós, dois amigos que trabalhavam aqui no Medianeira.

Eles comentaram o surgimento de uma vaga para trabalhar aqui no Colégio e disseram que seria legal eu mandar o currículo. Então eu mandei e deu certo. Fiz uma entrevista com as coordenadoras que estão até hoje aí e acabei passando e assumindo algumas turmas de Educação Física da 2ª e 3ª séries.  E a partir daí eu me dediquei somente ao Colégio mesmo!

O encantamento foi só aumentando porque toda a minha linha foi nessa direção, com o mestrado em educação, com o trabalho aqui na escola. E como o mestrado abriu portas no ensino superior, então eu trabalhei muito tempo, por quinze anos, como professor no curso de pedagogia, trabalhando algumas disciplinas, enfim, sempre dentro dessa área escolar, vinculado à escola propriamente dita.

Como surgiu a ideia do seu mestrado?

Surgiu porque eu fiz uma especialização em educação física escolar e surgiu o interesse em pesquisar a escola mesmo, a Educação Física dentro da escola. O meu projeto de trabalho teve um gancho com a minha especialização, que foi justamente pesquisar o desenvolvimento da autonomia das crianças e a contribuição da Educação Física nesse processo. Coincidentemente, quando eu entrei no mestrado, já iniciei aqui no Colégio Medianeira.

Então, foi basicamente no mesmo período e, por isso, eu consegui fazer minha pesquisa aqui dentro, com os nossos professores, meus companheiros, meus parceiros de trabalho. Na época, fiz a pesquisa com alunos de 1ª a 4ª série. Essa sinergia possibilitou um trabalho bem bacana no sentido de perceber qual é a contribuição da Educação Física para o desenvolvimento da autonomia das crianças, que é um componente curricular bem específico dentro do Medianeira.

 

Quais são as suas principais atribuições aqui no Colégio Medianeira atualmente?

Eu fiquei como professor de Educação Física por 4 anos e com identificação imediata com a proposta do Medianeira, com a forma de trabalhar, com a metodologia, com o método… foi uma relação muito forte, de muita identificação, o que fez com que eu conseguisse, depois dos primeiros anos, ampliar minha carga horária e me dedicar muito mais ao Colégio.

E, depois de 4 anos, me convidaram para fazer parte da equipe de coordenação, acompanhando as séries iniciais, na época da 1ª à 3ª série.  Atualmente,  sou orientador de aprendizagem dos 4º e 5º anos.

Como você vê a relação da formação acadêmica e a prática no seu dia a dia?

Eu costumo dizer que toda experiência que você tem, e também as experiências acadêmicas que você tem, contribuem para o olhar que você acaba tendo sobre a prática. Então, eu percebo que toda a minha caminhada, hoje, cada ponto dessa caminhada, cada trecho dessa caminhada tem um reflexo no meu olhar, na minha prática, no meu trabalho com as crianças, com as famílias e com os professores.

Então, especificamente, a pesquisa, quando você vai para uma pesquisa de mestrado ou de doutorado, que você aprofunda muito o olhar sobre algumas questões, não tem dúvida que elas influenciam diretamente nesse trabalho e no olhar que você tem sobre as crianças. Nos últimos anos, eu fiz a minha especialização em psicomotricidade relacional, que é uma metodologia que tem aparecido com muita força no sentido de buscar um cuidado maior com as relações, da relação consigo mesmo e com os outros, com o mundo, enfim. E também percebo que hoje ela tem uma contribuição também nesse olhar da relação com as crianças, da importância da questão afetiva, a construção afetiva que você precisa desenvolver com cada estudante.

Então, eu estou à frente dos processos duas séries, é um grupo grande de estudantes, mas eu percebo a importância fundamental de você ter um olha específico para cada um deles. E pra que isso aconteça, é preciso ter momentos com eles, momentos em que se consiga estabelecer relações afetivas.

Acho que, também, pelo processo de formação continuada que nós temos aqui no Medianeira – eu fiz parte dele desde o início, porque é uma condição –, eu sou outra pessoa e outro profissional muito vinculado à formação que eu tive aqui dentro. Sempre uma formação sólida, reflexiva.

Percebo que isso é uma fortaleza do nosso Colégio, esse processo constante de reflexão pelo qual nós passamos todas as quartas-feiras, nas reuniões, esse processo contínuo que nós temos de reflexão, de estudos, de reflexão teórica e prática, de estabelecer relações, de discussões específicas das séries, das disciplinas, dos componentes curriculares, da Rede Jesuíta.

Porque a nossa identidade enquanto escola, essa chama não pode se apagar nunca! E isso tem que influenciar na nossa prática, na minha prática e na prática de todos que estão inseridos dentro do Colégio. Então é importante sempre colocar essa formação interna porque ela é muito forte.

Como os conhecimentos mais técnicos e mais teóricos, baseados em paradigmas não necessariamente vinculados à prática acadêmica, podem contribuir para sua atuação como orientador de aprendizagem?

Como orientador de aprendizagem, e desde que eu fui convidado pra trabalhar na coordenação, você tem que ter um olhar de gestão sobre isso.  Como orientador de aprendizagens, ali dos 4º e 5º anos, você tem a responsabilidade de gestar várias coisas que acontecem na série, vinculado aos professores, aos estudantes e às famílias.

Por isso eu digo, esses cursos que aconteceram lá atrás, não tenho dúvidas de que aqueles momentos de formação, com aquele olhar mais da área administrativa, não tenho dúvida que eles ajudam no olhar que eu tenho hoje sobre o acompanhamento da série como um todo.

Você tem que avaliar os resultados das aprendizagens, o acompanhamento dos estudantes nas diferentes dimensões, você tem que pensar com relação ao olhar da família sobre esses processos, como nós podemos enquanto orientador de aprendizagem, mediador dessas aprendizagens, aproximar as famílias desses processos dentro do Colégio, o próprio trabalho com o grupo de professores, pois as relações humanas exigem vários olhares para que você consiga conduzir. Então, eu acho que, nesse sentido, ajuda nessa linha: realmente como um processo de formação que aconteceu e que hoje, nessa posição em que eu me encontro, acaba ajudando nesse processo.

 

Como você vê a relação das crianças com a sua atuação?

Há um olhar positivo sobre o que está acontecendo hoje. É um grande desafio do orientador de aprendizagem, das pessoas que estão fora de sala de aula, conseguir, nos poucos momentos em que você tem com as turmas, com os estudantes, fazer um trabalho formativo, intencional e que tenha um caminhar claro para o estudante.

Isso é um desafio que nós começamos há muito tempo aqui no Medianeira, com esse olhar, com esse cuidado, com essa busca. Eu percebo que, nos últimos anos, a gente conseguiu ter mais intencionalidade com esse trabalho. E eu percebo que isso se reflete na relação que a gente estabelece com os estudantes, pois eu me percebo muito mais próximo dos processos de aprendizagem.

Nós temos buscado momentos coletivos e momentos individuais em que você vai buscar justamente essa aproximação, e perceber que o teu trabalho está contribuindo efetivamente para a aprendizagem integral que nós almejamos. De uma certa forma, é conseguir visualizar isso no meu estudante, dentro daqueles critérios que nós queremos com a série, pensar se contribuímos para que ele chegue ou se atingimos os critérios que se esperam ou não.

Então, tem um processo de reflexão importante acontecendo, e eu acredito que, pelo feedback que temos dos estudantes e das famílias, há uma contribuição, sim. É logico que há muita coisa a ser qualificada, tem um trabalho em andamento ainda e a gente tem buscado dados e elementos justamente para conseguir mensurar esse tipo de questão, mas eu imagino que a gente está em um bom caminho.

O que você espera a curto, médio e longo prazo, tanto no sentido profissional, quanto no sentido pessoal?

Eu acho que os estudos nos quais eu estou mais envolvido nos últimos anos têm me instigado nesta questão: eu espero conseguir contribuir com os estudantes e, de uma maneira geral com o Medianeira, no sentido desenvolvimento de práticas que contribuam para a formação na dimensão sócio emocional.

O Colégio Medianeira, reconhecidamente, forma excelentes estudantes, preparados para os principais concursos pós-médio que existem, a gente tem um Feedback muito importante dos professores das universidades sobre alunos do Medianeira que estão chegando na graduação com condição crítica de leitura de realidade, com uma condição escrita muito boa… também apresentam um olhar cuidadoso sobre a realidade, refletindo a formação humana que tiveram dentro do Colégio. E a minha intenção é contribuir para fortalecer ainda mais esses aspectos.

 

Além de todos os sonhos que você já realizou, atualmente, qual é o seu maior objetivo?

No âmbito profissional, eu pretendo continuar sendo feliz no meu trabalho. Eu gosto muito de estar aqui e acredito que isso tem um vínculo com relação ao Colégio também, por acreditar muito na proposta, no projeto do Medianeira desde o começo. Isso me motiva diariamente a buscar o meu melhor e a cuidar das coisas que são da minha responsabilidade dentro do Colégio, da melhor forma possível, e com o maior cuidado possível, porque eu acredito no amplo, acredito no que o Medianeira traz como projeto e proposta pedagógica.

Então, eu pretendo continuar sendo feliz! E pode ser com o aprofundamento dos meus estudos, pode ser com um doutorado – não descarto porque a gente tem que tem essa perspectiva, não é meu objetivo a curto prazo, mas eu pretendo me aprofundar mais ainda justamente nessas linhas, que são as que mais me instigam.

E no sentido pessoal, tenho uma família que eu prezo muito, tenho dois filhos – dois estudantes aqui do Colégio -, tenho minha esposa, a gente é muito feliz juntos e buscar estar juntos e fazer as coisas juntos. Sonhar juntos! Então, o que for sonho nosso, pessoal, eu vou buscar. E acho que, nesse momento, estarmos juntos é uma coisa boa, então, de repente, fazer coisas em família, viagens… viajar é sempre muito gostoso. Graças a Deus ainda tenho meu pai e minha mãe perto, então a gente está sempre junto, sempre perto. E com a família da minha esposa a gente também sempre cultiva muito isso. A gente tem muitos amigos, adora tocar um violão, eu adoro tocar violão e estar junto com os amigos fazendo música, batendo papo e se divertindo, e vivendo a vida!

Meu sonho é de continuar podendo fazer essas coisas!

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