08.03.24

Medianeiríssimas: mulheres protagonistas da mudança

Para celebrar 08 de março, trouxemos exemplos para inspirar a todos

Medianeiríssimas: mulheres protagonistas da mudança

A Comunidade Educativa do Colégio Medianeira é formada por mulheres que entendem os desafios do seu tempo, ocupam espaços, quebram paradigmas e fazem história. Essas são as Medianeiríssimas. Conheça a história de Sempre-alunas, mães de estudantes e Sempre-alunos, educadoras e Sempre-educadoras que têm muito a compartilhar sobre o exemplo de ser Magis, sempre se fazendo presentes para os demais.

Elas fortalecem a nossa essência: construir o mundo em que queremos viver. Um mundo mais igualitário, acolhedor, empático e humano. O Colégio Medianeira tem orgulho de fazer parte dessa trajetória. Confira as histórias de coragem, criatividade e força que contribuem para a construção de um mundo melhor.

Efigênia Rolim

 

Você sabia que carinhosamente chamamos a rua que corta o nosso Colégio de Rua Efigênia Rolim? Ela também já visitou nossos estudantes por diversas vezes e trouxe ainda mais alegria, cultura e arte para dentro dos muros do Colégio Medianeira.

“Nas mãos vai criando, nascendo da alma, do cofre do coração vai surgindo a própria ideia”, é assim que Efigênia enxerga a arte. Deve ser por isso que, a partir daquilo que as pessoas descartam e chamam de lixo, ela inventa e cria. Nas suas mãos surgem bonecos, roupas, bolsas e tantas outras coisas. Já seria o bastante para chamar de arte, mas ela ainda traz rima e poesia à sua arte e transforma o ordinário em extraordinário.

São 92 anos andando por ruas isoladas, sentada nas calçadas, declamando poesias, mostrando seus trabalhos e conquistando qualquer um que reserve cinco minutos do seu dia para ouvir sobre suas aventuras. Efigênia nasceu em Minas Gerais, quando chegou a Curitiba enfrentou a pobreza e a marginalidade da vida, características de tantos migrantes. Mas se nem tudo são flores, ela as cria. Foi com papel de bala, aquele de alumínio luminoso, que ela começou a criar suas obras, suas flores, e nunca mais parou. Aliás, o papel de bala, ou melhor, o que ela faz com ele, virou a sua marca registrada.

Por tudo isso, ela é o nosso primeiro exemplo de Medianeiríssima para comemorar o Dia da Mulher. Se Deus a convidou, ela vai ficar até o fim, sorte a nossa!

Anna Thais Fuck

Anna Thais Fuck

O brilho dos olhos da Anna Thais Fuck, quando fala da Associação Beneficente São Roque e de cada jovem que participa ou já participou dela, mostra o orgulho que sente desse projeto. Junto com toda a equipe, ela traz cultura e educação para diversos jovens da região de Piraquara e mostra o mundo de possibilidades que se abre a partir da música, da literatura e de todas as artes.

A Associação foi fundada em 19 de março de 1988, com o foco no atendimento aos direitos e interesses dos atingidos pela hanseníase e seus familiares, servindo como uma continuação dos trabalhos do Frei Rui Guido Depiné. Mas seus serviços foram expandidos, hoje também têm como finalidade promover a garantia da convivência familiar e comunitária de pessoas em situação de vulnerabilidade social.

Em sua filial, na comunidade do Guarituba em Piraquara, os projetos culturais que envolvem aulas de música e instrumentos musicais, literatura e até mesmo orientação para o vestibular, atendem a cerca de 220 crianças e jovens por mês.

A família de cada jovem atendido acompanha suas apresentações e a descoberta de um novo mundo. Por isso, a formação e o contato com a cultura são expandidos para uma comunidade ainda maior. A prova disso é que no início do projeto, em 2008, os 210 assentos disponíveis para a plateia no teatro do projeto não eram preenchidos nem pela metade, hoje é necessário realizar diversas apresentações para comportar tantos espectadores. “Acabamos mudando a realidade da comunidade como um todo, temos até um curso de formação de plateia. É uma forma de contribuir indiretamente para o desenvolvimento de toda a família”.

Ana comenta que quando os jovens estão prestes a subir no palco para suas apresentações, já com maquiagem e figurino, é normal ouvir: esse é o dia mais feliz da minha vida. “É gratificante, um trabalho lindo que envolve um monte de gente. Estamos sempre buscando o melhor para eles, a excelência, desde os professores até a estrutura. Vamos fazer o melhor, assim como nossos filhos receberam”, comenta.

Anna Thais não foi estudante do Medianeira, mas está rodeada por uma comunidade de Sempre-alunos, marido e filhos passaram pelo Colégio. A solidariedade é um valor comum de toda a família, assim como essa vontade de construir um mundo melhor. Por isso, ela é um exemplo de Medianeiríssima.

Flávia Nichele

Flávia Nichele

De onde surgem as inspirações para fazer o bem? Flávia encontrou as dela em dois livros: na Bíblia e na Literatura Infantil de “O Menino do Dedo Verde”. Em Mateus 25:36 está escrito “Estava nu, e vestistes-me; adoeci, e visitastes-me; estive na prisão, e foste me ver”. Já Tistu, personagem do livro de Maurice Duron, tem uma habilidade mágica de fazer plantas crescerem em qualquer superfície e não entende como as pessoas podem tornar-se melhores se o ambiente da penitenciária é tão feio.

Flávia Nichele é mãe de estudantes do Medianeira e escolheu o sistema penitenciário para ser mais para os demais. Ela realiza visitas no Complexo Médico Penal do Paraná, que abriga detentas que estão em tratamento de doenças físicas ou transtornos psicológicos. Cada visita é única, mas o objetivo é sempre o mesmo, trazer acolhimento e ser presença amorosa para alguém que nem sempre possui um suporte familiar. “Não faço nada de extraordinário, apenas estou presente.”, comenta Flávia, mesmo sabendo que é exatamente isso que torna esse trabalho voluntário tão especial.

Além de se fazer presente, Flávia também quer atuar como o Tistu. Entre seus projetos de melhoria para o espaço está a construção de um pequeno jardim no Complexo. Simples, mas que traga um “respiro” de cor para um ambiente monocromático. “Tudo lá é cinza, desde as paredes até o chão. Quero trazer um jardim para que elas tenham para onde olhar, tenham algo para cuidar e ver florescer”. O projeto ainda não foi colocado em prática, por questões de segurança, mas a voluntária não pretende desistir.

Ana Cristina Costa da Cruz

Ana Cristina é uma legítima Sempre-aluna, passou 14 anos como estudante do Medianeira, mas mesmo depois de formada, nunca deixou o Colégio por muito tempo. Ela está presente em ações e atividades do Centro de Formação Cristã e Pastoral e, acima de tudo, sempre está disponível para ajudar, com um olhar fraterno ao próximo. Foi assim que ela chegou à coordenação do Espaço Magis em Curitiba.

Aliás, a característica de ser Magis é algo que ela leva para a vida. “A formação integral do Colégio me faz pensar na excelência, não no sentido de buscar a perfeição, mas de dar o meu melhor, em ser mais para os demais”.

O Espaço Magis é um serviço da Companhia de Jesus que articula, promove e acompanha ações apostólicas com jovens em todo o território nacional. Em Curitiba, o programa surgiu em 2017, mesmo ano do terceirão da Ana, o Athos. “Foi natural querer dar continuidade a essa questão da espiritualidade Inaciana e buscar novas maneiras de estreitar a minha relação com Deus. Desde o início, o Espaço oferece atividades muito interessantes e não óbvias, quando se pensa em espiritualidade, como as escaladas. Eu fico muito feliz em fazer parte disso, em mostrar outras opções para os jovens”.

Formada em Direito pela PUCPR, Ana carrega as aprendizagens da profissão também em seu trabalho voluntário, colocando empatia em cada uma das suas atividades. Assim, ela segue multiplicando as horas do seu dia com um olhar atento à juventude, partilhando aprendizagens e aprendendo ainda mais. Para fechar a conversa, como boa Medianeiríssima e leitora, ela deixa três indicações de livros para outras mulheres (e para homens também):

  • A Vida que Ninguém Vê – Eliane Brum;
  • Antes do Baile Verde – Lygia Fagundes Telles;
  • Mar absoluto e outros poemas – Cecília Meireles.

Ilona Kovacs Gomes

Ilona é uma pessoa extremamente atenciosa, dedicada e prática, com um talento especial para antecipar necessidades. No seu trabalho como Assistente Social no Medianeira, ela é conhecida pelo sorriso fácil e habilidade de ouvir sem julgamentos. Essa mesma empatia se reflete em seu trabalho voluntário na irmandade da Congregação Cristã do Brasil, onde ela acolhe aqueles que precisam com uma alma verdadeiramente caridosa, visitando lares e se mostrando presente. “Às vezes, a pessoa só está precisando de uma oração e nós estamos lá para isso”.

Além de tudo isso, Ilona é mãe, esposa, gosta de pets e sobretudo é muito amiga. Sem dúvida, ela é mais uma das muitas Medianeirissimas que enriquecem nossas vidas.

Roberta Uceda

Sempre-educadora e Sempre-aluna
Sócia-fundadora e presidente da APPAPEB
(Associação Paranaense de Pais, Amigos e Pessoas com Epidermólise Bolhosa)

A história da Roberta Uceda com o Colégio Medianeira começou como estudante e seguiu como educadora por mais de trinta anos. Até hoje, ela não deixou de ser Magis e é por isso que ganhou o título de Medianeiríssima. “Continuo buscando o meu melhor para conseguir compartilhar o meu privilégio de estudo, revertendo ele em benefício para o outro, para a sociedade.”, comenta.

Roberta é uma das fundadoras da Associação Paranaense de Pais, Amigos e Pessoas com Epidermólise Bolhosa (APPAPEB), instituição sem fins lucrativos, que busca conscientizar pessoas com Epidermólise Bolhosa (EB), assim como seus familiares, a respeito dos cuidados em busca de melhor qualidade de vida.

A Associação foi fundada em 2016 e surgiu a partir da necessidade de oferecer uma vida melhor para quem recebeu o diagnóstico de Epidermólise Bolhosa (EB), como a Tauani, filha da Roberta, que atualmente tem 29 anos e é psicóloga. Contudo a Sempre-educadora afirma que esse não é um projeto de mãe e filha, mas de um grande grupo de pessoas que cresce a cada dia. Hoje, a instituição auxilia mais de 70 famílias com informação, visitas e acesso aos direitos fundamentais.

Apesar de dedicar seus dias à causa, a história de Roberta com a educação não se encerrou. Ela atua como psicopedagoga, auxiliando estudantes com dificuldades de aprendizagem e no encaminhamento da escolha profissional. “Competência, para mim, não é apenas a técnica profissional, mas sim a sensibilidade em olhar para o outro e buscar ajudá-lo, buscando colaborar com os seus processos”.

Bárbara Tanaka

Sempre-aluna
Fundadora da Telaranha Edições

Bárbara Tanaka não é só um exemplo de Medianeiríssima, como também a prova de que para realizar, primeiro é preciso sonhar. A Sempre-aluna do terceirão Horus construiu sua carreira cercada por boas histórias, sejam aquelas escritas nas páginas dos livros ou vividas na dita vida real.

A abordagem multidisciplinar e a formação humana do Colégio levaram Bárbara a escolher o Jornalismo como curso superior. Mesmo que não tenha seguido a profissão, foi a partir desse curso que ela conheceu o mundo editorial e todas as possibilidades que surgiram com ele. Então, nesta parte da história, entra outra figura importante: a Sempre-educadora Assionara Souza.

Durante o terceirão, Bárbara teve aulas de Literatura com a Assionara, as duas trocaram indicações de livros e uma amizade surgiu. “Gosto de falar que ela me ensinou a ler pela segunda vez”. Mais tarde, a Sempre-aluna foi a editora do “Alquimista na Chuva”, o primeiro livro da escritora e, também, o primeiro da editora.

Assionara estava em um tratamento de câncer e acabou falecendo em maio de 2018. Antes disso, deixou o original de seu livro “Instruções para morder a palavra pássaro” para Tanaka publicar postumamente. Esse virou o seu objetivo de vida e, por isso, quando recebeu a negativa de editoras, ela decidiu abrir sua própria editora para colocar esse objetivo em prática. Assim nasceu a Telaranha Edições.

A partir dessa primeira publicação e de uma rede de indicação, a Telaranha foi crescendo e no próximo mês ganhará uma livraria de rua. “Ver a editora e agora a livraria, que também terá um café, é a materialização dos sonhos da Bárbara de 15 anos que estudava no Medianeira”.

E por falar em sonhos, Bárbara deseja a formação de novos leitores, o fomento constante aos livros e a todo o universo que suas páginas criam. Além disso, como não poderia faltar, trouxemos duas de suas indicações literárias:

  • Peixes de aquário – Rafaela Tavares Kawasaki;
  • Como se fosse a casa: uma correspondência – Ana Martins Marques e Eduardo Jorge.

Clarissa Gisbert Nicoletti Aliski

Mãe de estudantes e Sempre-aluna
Faz trabalho voluntário no DEACO (Deus, Amor e Compreensão)

Desde 2001, Clarissa faz parte do DEACO, um grupo de jovens cristãos que faz trabalhos voluntários em busca de uma sociedade mais justa e igualitária. Mas essa vontade de fazer o bem sem olhar a quem surgiu ainda antes, quando ela era estudante aqui no Colégio Medianeira e ministrava aulas de ballet para jovens carentes da comunidade Vila Torres.

Agora, suas duas filhas, Giovana e Lavínia, são estudantes do Medianeira e acompanham a mãe nas atividades do DEACO. Ou seja, a solidariedade e a vontade de plantar a sementinha do bem é passada de geração em geração. “Elas visitam Casas-Lares, acompanham a reforma de escolas, ajudam nas feiras de usados que realizamos para comunidades carentes, participam de tudo o que fazemos. É uma maneira de mostrar uma realidade diferente daquela a que elas têm acesso no dia a dia e, assim, ensinar valores na prática, desde muito pequenas.”, comenta a Sempre-aluna.

O DEACO atende a jovens de 14 a 20 anos, de ambos os sexos e de todas as religiões. Clarissa lembra de que o jovem tem muito potencial, por isso é importante conscientizar cada um deles para que entendam a importância do voluntariado e de contribuir com pequenas atitudes e ações na construção de um mundo melhor.

Ela utiliza o trabalho voluntário como ferramenta de educação para crianças e jovens. “É uma forma de contribuir, pelo menos um pouquinho, para construir uma sociedade mais justa, levando um pouco de amor e carinho para tantas crianças que precisam. Isso me dá mais energia, mais fé para seguir o dia”, lembra Clarissa.

Claudia Pacheco

Mãe de estudantes
Coordenadora do Maio Furta-cor em Curitiba
(Campanha da Saúde Mental Materna)

Quando nasce uma criança, toda a atenção da família se volta para aquela vida que acabou de chegar. Mas quem oferece o apoio que a mãe precisa nesse momento? Pensando nisso, Claudia Pacheco criou uma clínica especializada no acolhimento materno, A Tenda. Além disso, ela é voluntária e coordena uma campanha de saúde mental materna, o Maio Furta-cor.

Claudia é uma mãe que está disposta a olhar de forma generosa para outras mães. Afinal, a maternidade, com Flora e Joaquim, mostrou a ela a necessidade desse olhar fraterno, um olhar de cuidado para aquela que cuida. O Maio Furta-cor conta com a colaboração de mais de 100 mulheres que garantem que os direitos das mães sejam respeitados, para que, assim, elas tenham uma base estruturada e consigam manter a saúde em dia.

“A mãe não consegue ter saúde mental se não tem onde deixar o filho enquanto trabalha, se ela mesma não tem acesso à saúde e cultura, se não possui renda, lazer ou até mesmo escola para seus filhos”. Por isso, o projeto propõe discussões, faz parcerias com outras instituições e fomenta a criação de Políticas Públicas para as mães.

“Sou a favor da participação política das mulheres, não de forma partidária, mas como agentes de mudança. Dificilmente um homem entenderá a necessidade de uma mulher; é preciso que nós sejamos ativas na construção de uma sociedade melhor para nós mesmas”. Assim, Claudia ajuda a levar informação, auxílio e cuidado para quem precisa. Seja trabalhando na A Tenda, no Maio Furta-cor, palestrando, escrevendo um livro infantil, dando aulas universitárias ou participando de rodas de mulheres. O objetivo é sempre o mesmo: ser Magis.

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