22.08.18

Coleta de esponjas de limpeza

A Campanha doará os recursos obtidos para a Fundação Francisco Bertoncello.

Por Jonatan Silva

A aprendizagem crítica e criativa faz parte do currículo das séries no Colégio Medianeira, formando pessoas conscientes do seu papel na sociedade e de que são capazes de fazer a diferença. Os estudantes dos 5º anos, preocupados com os impactos causados pela sociedade de consumo, propuseram a criação da coleta de esponjas de limpeza usadas. A iniciativa começa dia 23 de agosto e se estende até 30 de novembro.

A ação, que faz parte do projeto Abra seus olhos e veja coisas novas, estimula a comunidade educativa a realizar uma logística reversa para esse tipo de resíduo. As esponjas coletadas no Colégio serão direcionadas à TerraCycle, empresa especializada e que possui um programa especial para a reciclagem de esponjas, que transformará o resíduo em novos produtos como bancos de jardim e até mesmo mochilas.

Para Roberto Casagrande, responsável Abra seus olhos e veja coisas novas e também pelo Centro de Educação Ambiental, a campanha das esponjas é uma oportunidade de mobilização de educadores, famílias e estudantes em prol de um mundo mais sustentável. “Esses produtos têm uma vida útil curta em vista do tempo de decomposição dos elementos plásticos que os compõem, além de serem resíduos difíceis de reciclar e que normalmente são dispensados por cooperativas de reciclagem”, explica.

Currículo

A campanha, no entanto, não é uma ação isolada. Por meio de um currículo atento às necessidades mais prementes – tendo em vista a preparação dos estudantes para a vida adulta e para o mercado de trabalho –, a coleta das esponjas faz parte das disciplinas de Ciências e Matemática dos 5º anos.

Por meio de contextualização e nucleação, as turmas desenvolvem temáticas que saem de uma teoria isolada e se transformam em uma prática possível, capaz de ser percebida em ações diárias dos estudantes. “Usamos instrumentos como notícias, gráficos, infográficos para explorar os conteúdos específicos do componente curricular como: estimativas, validação de hipóteses, sistema de numeração, operações, medidas, média aritmética, sistema monetário, entre outros a fim de potencializar o processo de alfabetização matemática e científica”, explica Eliane Barreto Maia Santos, professora de Matemática.

Segundo a professora Rafaela Batista, de Ciências, as questões envolvendo o uso consciente dos recursos e o cuidado com o ambiente fazem parte das preocupações da série, estimulando o debate e a problematização nas disciplinas. “A temática da sustentabilidade e suas diferentes vertentes permeia as discussões dos componentes curriculares há alguns anos, nessa perspectiva, a campanha das esponjas contribui para fortalecer a relação entre a Matemática e Ciências”, comenta.

Partindo da abordagem de uma postura mais sustentável, as disciplinas podem se desdobrar em conteúdos que evidenciam, por exemplo, questões de pesos e medidas, contagem, decomposição de materiais e o papel da sociedade na não contaminação do solo.

Justiça socioambiental

Os postos de coleta estarão disponíveis nas portarias do Medianeira – Linha Verde, Prado Velho e Medianeirinha – até a última semana de novembro. Todos os recursos obtidos com as esponjas serão doados à Fundação Francisco Bertoncello, instituição que tem como missão garantir a excelência no Acolhimento Institucional de crianças e adolescentes em situação de vulnerabilidade pessoal e social.

Casagrande ressalta que a coleta de esponjas é um importante diálogo com a questão da justiça socioambiental, elemento fundamental nas instituições de Educação Básica da Rede Jesuíta de Educação (RJE) e que foi tema da palestra de abertura do segundo semestre de 2018. “Desejamos as transformações não apenas nos estudantes dessa série, mas também na comunidade escolar pensando-a como um grande organismo”, diz.

Bactérias

Uma pesquisa realizada pela universidade alemã de Furtwangen, e publicada pela revista Scientific Reports em julho de 2017, demonstrou que as esponjas de cozinha acumulam 45 milhões de bactérias por centímetro quadrado. O microbiologista Markus Egert, responsável pela pesquisa, afirmou à NPR, que “é difícil encontrar no mundo um habitat em que seja possível achar densidades similares de bactéria, com exceção do trato intestinal humano”.

Apesar do número assustador, nenhuma das bactérias encontradas nas espojas é causadora de infecção alimentar. Ainda assim, o Nexo, em reportagem sobre a pesquisa, comenta que a atitude mais segura é trocá-las a cada duas semanas.

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