28.04.23

Sempre-aluna ganha prêmio considerado o “Oscar” do design internacional

A premiação será em Berlim, por isso Luiza Nery faz vaquinha on-line para arrecadar o valor da viagem até a Alemanha

Sempre-aluna ganha prêmio considerado o “Oscar” do design internacional

Em meio a 11 mil pessoas de 56 países, a Sempre-aluna Medianeira, Luiza Nery, conquistou o iF Gold Award, um prêmio renomado que prestigia projetos internacionais. Ela é formada em Design Gráfico pela Universidade Federal do Paraná (UFPR) e o projeto contemplado foi justamente o seu trabalho de conclusão de curso. O TCC tem um viés social e ambiental, atrelando o design de serviço com a sustentabilidade, procurando aperfeiçoar a experiência dos clientes e dos serviços prestados.

Na época de definição de tema do seu trabalho, Luiza conheceu o Câmbio Verde, uma política pública que atrela três de seus principais interesses: sustentabilidade, segurança alimentar e não desperdício de alimentos. O programa da Prefeitura de Curitiba existe há mais de 30 anos, mas não possuía o reconhecimento devido, então a ideia do projeto era potencializar sua ação e, consequentemente, o impacto positivo que ela causaria na vida da população.

O Câmbio Verde tem como objetivo diminuir o desperdício de produtos de hortifruti do Centro de Abastecimento do Paraná (CEASA). Sendo assim, a produção excedente é recolhida pela Prefeitura e encaminhada para pontos de coleta pela cidade. Assim, a população pode trocar 4 quilos de materiais recicláveis ou 2 litros de óleo de cozinha usado por 1 kg de produtos de hortifruti.

“Mesmo sendo uma política pública importante, as informações sobre o serviço estavam confusas e perdidas. Era preciso primeiro já conhecer o programa, para acessar o site da Prefeitura e conferir, por exemplo, os pontos de coleta e o calendário com os dias de troca. A ideia do projeto foi criar uma experiência mais completa para o usuário e potencializar o resultado do Câmbio Verde”, comenta Luiza.

Arrecadação on-line para participar da cerimônia de premiação

A celebração de premiação será em 15 de maio no Teatro Friedrichstadt Palast em Berlim, na Alemanha. Mas devido aos altos custos da viagem, Luiza e sua família estão fazendo uma vaquinha de arrecadação on-line, pois além dos valores gastos com alimentação, hospedagem e passagem aérea, há uma taxa cobrada dos premiados (“Winner’s Fee”) no valor de 1.800 euros.

A meta de arrecadação é de R$ 10 mil, mas todo valor é bem-vindo. Para doar basta acessar o site e fazer parte dessa corrente. Também é possível fazer doações diretamente pelo PIX, a chave é: luizamnery@gmail.com.

O iF Design Award existe há mais de 70 anos e é considerado uma das premiações de maior importância no mercado global. Os projetos premiados precisam se destacar não apenas em aspectos relacionados ao design, mas também, é levado em conta a sua função, diferenciação e impacto no mundo. 

Projeto premiado

Mas essa não é a primeira vez que Luiza é reconhecida pelo seu projeto de TCC, em 2021 ela também ganhou o Prêmio Bom Design Sul e o Design for a Better World. Essas são provas de que o Câmbio Verde ainda pode fazer muito mais pela cidade.

O aplicativo é o ponto focal do projeto, nele é possível acessar toda a explicação sobre o programa, além de conferir informações sobre reciclagem e alimentação. “Afinal, não adianta só as pessoas buscarem os produtos e não saberem como aproveitar cada fruta e verdura de forma integral. Por isso, damos dicas do que pode ser feito com cascas e sementes, diminuindo o desperdício e melhorando o cenário de insegurança alimentar local”, lembra a designer.

Além disso, o aplicativo também traz informações sobre reciclagem. Luiza lembra que muitas vezes, as embalagens acabam em aterros sanitários porque as pessoas não possuem informação sobre o assunto. “Em alguns casos, elas até descartam de forma correta, mas não sabem que é necessário lavar a embalagem antes”.

Também foi criada a Comunidade Câmbio Verde com o objetivo de aumentar a interação entre a população de forma regional. “Nas pesquisas, eu identifiquei que as pessoas já tinham o hábito de se ajudarem dentro de um bairro, então foi pensado em formas para facilitar essa relação. A criação de metas dentro da Comunidade também motivou mais pessoas a participar do programa. Quando alguém registra sua participação, é calculado o impacto ambiental positivo que isso causou, como o quanto de gás carbônico deixou de ser emitido graças a participação dela”, explica.

Formação cidadã para o mundo

Luiza comenta que o interesse pelas ações sustentáveis e sociais, com o olhar atento ao próximo, foram despertados quando estudava no Colégio Medianeira. Ela entrou na instituição em 2005 e finalizou os estudos em 2015, fez parte do terceirão Esus, e lembra com carinho de momentos especiais.

“Há muitos momentos, desde que eu era criança, que me influenciaram positivamente dentro do Medianeira, porém o que mais me marcou foram as participações nas missões de Semana Santa Jovem. Mesmo depois que eu saí do Colégio, continuei participando por alguns anos. Até hoje eu tenho contato com o pessoal da Comunidade Campestre que me acolhia durante a missão. Me marcou muito essa questão da preocupação social, o Colégio com certeza me formou para isso”, relembra.

O projeto do Colégio é formar cidadãos, com uma estratégia pedagógica focada em três dimensões: espiritual-religiosa, socioemocional e cognitiva. Por isso, as experiências e aprendizagens vão além daquelas desenvolvidas no currículo de sala de aula, como é o caso da Semana Santa Jovem. “O Medianeira sempre fala de formação humana e cidadã e isso não é só discurso, é real e sentimentos o impacto dessa formação para sempre”, declara a Sempre-aluna.

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