31.10.18

Veronica Stigger na FLIM 2018

A escritora conversa com os educadores no dia 7 de novembro, às 18h30.

[fusion_builder_container hundred_percent=”yes” overflow=”visible”][fusion_builder_row][fusion_builder_column type=”1_1″ background_position=”left top” background_color=”” border_size=”” border_color=”” border_style=”solid” spacing=”yes” background_image=”” background_repeat=”no-repeat” padding=”” margin_top=”0px” margin_bottom=”0px” class=”” id=”” animation_type=”” animation_speed=”0.3″ animation_direction=”left” hide_on_mobile=”no” center_content=”no” min_height=”none”] Veronica Stigger durante sua participação no Litercultura. Foto: Gilson Camargo.

A gaúcha Veronica Stigger, convidada da FLIM 2018, chegou à literatura pelo estranhamento, seja pela brevidade – muitas vezes seus textos não passam de uma legenda jornalística – ou pela violência ilustrada em suas palavras. Com um olhar singular sobre o mundo, o seu fazer literário é um passeio pela intertextualidade expressa na relação (acho que tá faltando algo) do sujeito com a realidade do outro e também consigo mesmo. Seus textos são como encontros breves, desnorteantes e intensos. Os Anões, livro de contos publicado em 2010 pela extinta Cosac Naify, tem esse tom, um contato que provoca no leitor uma espécie de cicatriz literária.

Nascida em Porto Alegre, Stigger é jornalista, crítica de arte, professora universitária na USP e foi uma das convidadas do Litercultura  deste ano. A arte, comentou em entrevista ao MedCast , tem como função principal a problematização das questões que afetam o ser humano, funcionando como uma catarse. “A violência está impregnada nas relações sociais, uma violência que decorre das grandes diferenças e da desigualdade social que nós temos”, refletiu a autora.

A literatura de Veronica Stigger é pautada pelo absurdo, um absurdo arraigado no cotidiano e que é capaz de chocar e sensibilizar. Nesse sentido, Opisanie swiata, sua estreia no romance, e Sul, coletânea de contos lançada há dois anos, fazem coro no conjunto de sua obra. “2035’, relato que integra Sul, ecoa o desmoronamento do futuro, o desfalecimento da memória e a ruptura entre o imaginário inocente da criança e o desapontamento constante da vida adulta. As consequências dessa desilusão se materializam na decomposição da cidade e da vida em sociedade. “Não podemos perder de vista que se passa numa cidade destruída, abandonada, vazia, uma cidade que talvez tenha enfrentado uma guerra ou uma catástrofe, em que as pessoas que restam se escondem em suas casas”, explicou ao jornal Cândido.

Ainda assim, não existe distanciamento na obra de Stigger, ao contrário, é uma produção que aproxima. Como na canção que diz “se não for o amor, será a guerra que irá nos unir”, a literatura da escritora é acolhedora, como um consolo para o caos. Como Gonçalo M. Tavares, conhecido pela proficuidade, Veronica Stigger é capaz de escrutinar o cotidiano e não medir esforços para mostrar que, como diria Belchior, “as aparências não enganam”.

Entre a beleza e a barbárie, Stigger se confirma como uma das vozes mais interessantes e audíveis da literatura contemporânea, recendo os prêmios Machado de Assis, da Fundação Biblioteca Nacional (2013), São Paulo de Literatura (2014), e Jabuti (2017). Foi finalista do Prêmio Portugal Telecom (2014) e ficou em 3º lugar no Jabuti de 2014.

Para conhecer a programação completa da FLIM, clique aqui.

E leia também o conto “Os Anões” neste link.

Ouça abaixo o episódio do MedCast com Veronica Stigger, gravado em agosto, durante sua participação no Litercultura.

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